Conduz-nos ao arrependimento, SENHOR.

"Não, vos digo; antes, se não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis." (Lucas 13:5)

O Senhor está chamando sua igreja ao arrependimento.
Alguns podem, com o peito estufado, bradar: “Já nos arrependemos e aceitamos Jesus como Senhor e Salvador de nossas vidas”.

Nesse caso, gostaria de lembrá-los acerca de um homem que, assim como nós, também tinha Jesus como Salvador. Em certa ocasião Pedro afirmou: “Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna.” (João 6:68). Apesar dessa convicção, o mesmo Pedro disse depois: “Não conheço esse homem” (Mateus 26:74). A Bíblia relata que, ao negar Cristo, o apóstolo chorou amargamente.

É exatamente isso que a igreja de Cristo precisa fazer hoje: “chorar amargamente”. Derramar lágrimas de arrependimento, como as de Pedro, para que, assim, Deus possa perdoar a hipocrisia e a obstinação de nossos corações.
Ao mesmo tempo em que usamos nossa boca para entoar louvores ao Senhor, cantando em alta voz que somos apaixonados por Ele, usamos também a língua para “amaldiçoar os homens, feitos à semelhança de Deus.” (Tiago 3:9).

O Espírito do Senhor nos convida ao arrependimento, a “rasgar os nossos corações e converter-nos ao SENHOR nosso Deus” (Joel 2:13). Ele nos convida a viver aquilo que cantamos nos cultos, a andar de acordo com o que pregamos aos amigos e irmãos, a agir conforme as palavras ditas em nossas orações.

Certo dia, um senhor ouviu a oração feita por um irmão e comentou: “Que oração linda!”. Ele não soube, mas depois da oração, aquele irmão, ao chegar em casa, teve uma postura totalmente intolerante e indelicada com sua esposa.
Deus está cansado de falsos adoradores, que usam máscaras dentro das igrejas e que, como Pedro, O negam com suas condutas reprováveis e desonestas fora das reuniões.

Como exemplo, vejamos uma notícia veiculada na revista VEJA do dia 04 de maio de 2005:
“... a maioria dos deputados, entre eles os evangélicos, resolveu inocentar um colega, o evangélico (preservarei o nome do deputado), que foi pilhado pedindo propina quando presidia uma CPI. Seu achaque está gravado em fita cassete, foi didaticamente publicado por VEJA, mas, mesmo assim, seus colegas resolveram poupá-lo”.

Creio que esses “cristãos” citados na reportagem, quando estão envolvidos em reuniões ou cultos, dizem ser “apaixonados por Jesus”, cantam louvores a Deus, talvez digam “Cristo é tudo pra mim”. Acho até que já ouviram ministrações acerca de Isaías 5:23 que diz: “Ai dos que justificam ao ímpio por suborno, e aos justos negam a justiça!”. Porém suas atitudes fora dos templos trazem zombaria e vergonha àqueles que amam ao Senhor de todo coração.

Precisamos nos humilhar diante de Cristo, deixar cair nossas máscaras, permitir que sejam destruídos os fariseus que habitam em nós, chorar amargamente perante o único Deus, para que Ele nos conduza ao arrependimento genuíno.
Após, e somente após isso, podemos galgar rumo à verdadeira comunhão com o Espírito Santo, que nos levará à plena postura cristã, para que possamos dizer com veracidade: “Cristo vive em mim”. Uma vez que Jesus não pode habitar onde há falsidade e hipocrisia (“Meus irmãos, pode também a figueira produzir azeitonas, ou a videira figos? Assim tampouco pode uma fonte dar água salgada e doce.” – Tiago 3:12).

Que o Espírito do Senhor nos ensine a praticar a Palavra, e não apenas lê-la, ouvi-la, pregá-la e cantá-la.

“Em tudo te dá por exemplo de boas obras; na doutrina mostra incorrupção, gravidade, sinceridade, Linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós.” (Tito 2:7-8)

No Amor de Cristo,
Alamir Marinho