Perdão



Não acredito que algum ser humano se auto conceitue uma pessoa má em sua essência. Acredito sim que, se alguém comete maldade para com o próximo, tal pessoa foi, de certa forma, motivada a apresentar tal comportamento.

Não creio que alguém, ao ter uma atitude nociva à outrem, possa afirmar: “Fiz isso porque sou uma pessoa má e, portanto, quero ver o mal do meu semelhante”. Prova disso é que, não poucas vezes, nos deparamos com pessoas odiadas por alguns e estimadas por outros. Ora, se tais pessoas fossem assencialmente e totalmente más, provavelmente experimentariam a repulsa unânime da parte de todos os que mantivessem contato com a mesma. E vemos que não é assim. Dito isto, de que maneira podemos perdoar o que julgamos ser maldade alheia contra nós?

Estou convencido de que o modo mais eficaz de liberar perdão a alguém que nos afetou por meio de determinado comportamento maldoso (aos nossos olhos) é tentar compreender as motivações que levaram nosso ofensor a agir de tal maneira (não estou afirmando que é fácil, mas, acredite, funciona).

Quando nos colocamos no lugar da pessoa que nos causou algum tipo de prejuízo (moral, emocional, financeiro, etc.) e tentamos enxergar o porquê desse comportamento (sim... tudo tem uma causa), passamos, aos poucos, a trocar a raiva, a mágoa, o ressentimento e a vontade de vingança pela compaixão. Para isso, no entanto, é necessário que estejamos despidos da maldade e engajados no exercício da compreensão.

Muitas pessoas que nos machucam, assim o fazem sem que haja a real intenção de fazê-lo, mas, por algum motivo, tal comportamento malévolo foi desencadeado.

Jesus Cristo, no auge do sofrimento, compreendeu as motivações que impulsionavam seus agressores a agir com tamanha maldade. Para os judeus, Ele era um herege e, portanto, merecia a pena capital estipulada pela Lei Mosaica. Enquanto que para os soldados romanos, Ele era apenas mais um prisioneiro que havia recebido sentença de morte da parte do governo; com isso, os soldados estavam apenas exercendo seu ofício e obedecendo ordens superiores.

Alcançando a compreensão acerca do que estava levando aquelas pessoas a agirem da maneira como agiram, Cristo não só as perdoou como também rogou ao Pai para que também as perdoassem ("E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem..." - Lucas 23 : 34).

O ato de liberarmos perdão para com nosso próximo é de extrema importância para Deus, a evidência disso é o que Jesus afirma em Mateus 6:14-15: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas.”.

O perdão, assim como quase tudo na vida, é uma questão de exercício. Exercite o perdão diariamente, pratique-o e “vosso Pai celestial vos perdoará a vós”.


Pense nisso!


Alamir Marinho

20 de abril de 2011

Belém (Pa)

Nenhum comentário:

Postar um comentário